E quando eu for aposentar? – Adm. Hélio Alessandro Ribeiro

A vida passa muito rápido. Esta é uma expressão confirmada e reconfirmada na nossa sociedade, e quanto mais idosa a pessoa for, este relato é mais recorrente. Se a vida passa rápido e a aposentadoria é uma consequência esperada, fica uma pergunta: o que estamos fazendo para nos preparar para esta etapa da vida?

O governo federal tem o instituto da seguridade, que através da arrecadação, faz o fundo para o pagamento das aposentadorias, conforme as regras estabelecidas em lei. Entretanto, os valores que são pagos aos aposentados, atualmente, não têm atendido às necessidades da maioria, o que causa situações de frustração, falta de recursos para compra de remédios, falta de recursos para compra de alimentos e demais necessidades dos aposentados.

No mercado financeiro existem os produtos de previdência privada, com dois modelos: PGBL e VGBL, sendo que a diferença entre eles é a tributação. O PGBL pode ser abatido na base de cálculo do imposto de renda, até o limite de 12% da sua renda; e o VGBL não pode ser abatido no IR. Outra diferença é a forma de resgate do dinheiro: o PGBL tem uma escala de incidência de IR, conforme o tempo que o dinheiro ficou aplicado; no VGBL, a incidência do IR, quando do resgate, é feita somente sobre a rentabilidade que o dinheiro obteve enquanto aplicado.

Logo, tanto no PGBL quanto no VGBL, o objetivo é fazer investimentos programados para obter rendimentos e resgates no período da aposentadoria. Os planos de previdência podem ser contratados em instituições bancárias ou corretores de seguros. Uma dica importante: avalie as taxas de administração e o perfil de investimentos dos planos; outra dica é dividir o investimento entre dois ou três planos de previdência de instituições diferentes, para salvaguardar possíveis problemas de insolvência futura.

Mas, por que não fazemos este planejamento futuro e não investimos estes recursos para uma melhor condição de aposentadoria? Algumas respostas podem ser alegadas, como: o desconhecimento destes investimentos, a falta de educação financeira para prover o futuro de condições mais favoráveis e a falta de dinheiro disponível para investir.

Agora que sabemos da importância de poupar para um futuro melhor, esbarramo-nos na realidade atual de que a população passou a consumir muitos produtos que demandam gastos mensais e que comprometem o orçamento pessoal e familiar, como internet, telefone celular, TV a cabo, academia, combustível, água, energia, dentre outros. Vejam que a lista é grande, mas é possível acrescentar nesta, os depósitos para uma aposentadoria melhor? Como professor de finanças, sugiro que façam melhor controle dos gastos atuais, de maneira que passem a obter sobras financeiras. Estes controles passam por melhor uso da água, não deixar equipamentos em casa no “stand by” (são aquelas luzinhas que deixam os equipamentos em modo de espera para serem ativados por controle remoto), tirar das tomadas os eletrodomésticos como micro-ondas, sons, DVDs, computadores, substituir as lâmpadas comuns por lâmpadas fluorescentes, ao estender a roupa para secar, dar boas sacudidas para que tirem boa parte dos amassados (assim, verão que, quando for passar as roupas, o processo ficará muito mais rápido e fácil, economizando muita energia); procurar fazer os pequenos deslocamentos à pé ou de bicicleta, e rever os hábitos de todos da família, para terem melhor uso dos recursos que consomem.

Acredito que, após adotarem estes hábitos, conseguirão ter economias para investir na aposentadoria. Abaixo, vejamos duas simulações de investimentos:

Para constituir R$ 100.000,00 em 20 anos (240 meses), com uma taxa de rendimentos de 0,5 % am (meio por cento ao mês, juros de poupança), serão necessários depósitos mensais de R$ 216,43.

Se estas mesmas prestações de R$ 216,43 obtiverem uma taxa de rendimentos de 1% ao mês, o valor formado no final dos mesmos 20 anos será de R$ 214.105,58.

E então, vamos planejar o futuro, vamos investir em condições melhores para nossa aposentadoria?