Síndrome de Burnout e a Gestão de Pessoas em 2022 – Adm. Carol Fernandes

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Desde o dia 01 de janeiro de 2022, a Síndrome de Burnout passou a ser considerada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), como um fenômeno ligado ao trabalho. Esta que também é conhecida como síndrome do esgotamento profissional, é desenvolvida pelo trabalho desgastante e se manifesta a partir do esgotamento mental ligado ao estresse, alta demanda, excessiva responsabilidade e competitividade no ambiente de trabalho.

Algumas organizações que são referência em gestão de pessoas já vêm há algum tempo se atentando para estabelecer programas que zelem pelo bem-estar e a saúde mental dos colaboradores, promovam o seu pertencimento, incluam políticas de remuneração e benefícios que sejam meritocráticas e customizadas às realidades dos principais grupos da empresa. Mas, se antes o esgotamento e o estresse preocupavam a gestão de pessoas pela falta de engajamento, menor produtividade ou a perda de profissionais, agora o Burnout ganha mais um fator de risco jurídico e financeiro. 

Para cuidar da saúde mental dos colaboradores, é importante que sejam desenvolvidas ações estratégicas e estruturadas, com medição de efetividade. É necessário implementar ações em que seja possível prevenir o esgotamento profissional e os colaboradores percebam a implementação dessas boas práticas para um trabalho saudável e humanizado.

Os profissionais também devem fazer sua parte no que tange à prevenção desta doença, uma vez que ela pode trazer inúmeras consequências negativas à sua vida, comprometendo sua saúde, afetando seus relacionamentos e sua carreira, além de prejudicar outras pessoas e equipes. Para evitar ser acometido por essa síndrome, é importante estabelecer limites para suas atividades ocupacionais, evitando que se sobreponham às horas de lazer e descanso. Também é importante investir em autoconhecimento para identificar alterações no seu comportamento no trabalho, ter uma rotina saudável de sono, praticar esportes, evitar o consumo excessivo de álcool, cigarro e outras drogas, participar de atividades de lazer com amigos e familiares, entre outras.

Os profissionais que atuam diretamente no departamento de Recursos Humanos podem ajudar os demais gestores no monitoramento das horas extras realizadas pelos funcionários e através dos exames periódicos, além de serem auxiliares na garantia de que as férias sejam fruídas em sua totalidade, evitando que eles chequem os e-mails corporativos, ou estejam disponíveis para tarefas sem um staff treinado adequadamente, isto é, que durante as férias desliguem-se completamente do ambiente corporativo. Outro ponto importante, é garantir o apoio no ambiente de trabalho, pois a falta de acolhimento contribui para o isolamento e o reforço do Burnout. Para auxiliar nessa questão, a empresa pode oferecer um serviço próprio, ou um plano de saúde que contemple o atendimento psicológico, além de fomentar um clima mais colaborativo entre equipes e departamentos. Ainda assim, o RH pode auxiliar a monitorar os comportamentos alterados e acompanhá-los nesta busca por atendimento.

Adm. Carol Fernandes

Consultora em Gestão de Pessoas e Business Partner, trabalha com programas contínuos de desenvolvimento humano e organizacional. Coordenadora do grupo temático em Gestão de Pessoas, exercício 2021/2022; e membro do grupo premiado como “Destaque em Administração 2020”, pelo CRA-MG.